quarta-feira, 29 de maio de 2013

Vestuário chato e sóbrio... precisa?


O exercício da advocacia exige um estilo discreto e sóbrio, por isso tenho muito cuidado na hora de ousar em relação ao vestuário e aos acessórios. Na medida do possível, procuro quebrar um pouco a monotonia, mas sempre sem extravagância. Ocorre que há um motivo pelo qual devemos manter essa harmonia tediosa, e nem todos entendem, por isso hoje me deu vontade de postar a respeito disso.

O ambiente forense - ao menos na teoria - é um cenário de fundo para a garantia da Justiça e da cidadania. As partes envolvidas nesse trâmite são comunicadores que devem expressar da melhor forma possível o que entendem ser o direito, para que então haja uma decisão correta e imparcial. Qualquer erro de interpretação ou perda de informações pode comprometer o resultado dessa decisão.

O comunicador deve levar em consideração o público alvo para adequar a linguagem. A linguagem corporal é pouco utilizada nas ações em geral, e o foco está principalmente na fala, então toda a atenção está voltada para o ouvir. Qualquer elemento de distração pode acarretar a perda de uma informação imprescindível para o deslinde da questão.

Quando entro na sala de audiências e vejo o juiz ou um dos colegas advogados com um acessório inusitado, ou uma indumentária não condizente com o ambiente, isso tira a minha atenção, ainda que por alguns instantes. Imagine, durante a audiência, você estar falando e o juiz estar olhando para sua maquiagem exagerada, sua vestimenta inapropriada ou seu acessório destacado naquele fundo preto/cinza/marrom, feito para não ser visto?

A mesma coisa ocorre com os jornalistas. Eles querem passar uma notícia precisa e têm pouco tempo, então adequam toda a sua fala para se fazerem compreender. Se não estiverem vestidos, penteados e maquiados adequadamente, podem fazer com que o ouvinte perca alguma informação e não entenda toda a notícia.

Agora, se você entrar numa loja de cosméticos, não tem problema se a sombra exagerada da vendedora te chamar atenção. Ali, o objetivo foi alcançado!

Por esse motivo, não é frescura que você evite o salto 15, o óculos super-fashion, o terninho pink e o brinco cheio de penduricalhos. Apenas guarde para o momento apropriado... a não ser que seu objetivo seja, mesmo, tirar a atenção das partes para o que você tem a dizer!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Caminhos Paralelos

No meu trabalho desempenho uma atividade em um contexto desgastante para o cliente, que é defendê-lo quando se sente lesado... não tem nada de romântico, especialmente na Justiça brasileira, que praticamente incentiva a criminalidade e a falta de consideração pelo próximo, por causa da certeza da impunidade...
 
Todas as manhãs no trânsito eu vejo tantos, mas tantos "jeitinhos", tantos "é só um pouquinho", tantos "os outros que se lixem", que fico me perguntando se isso está piorando ou sempre foi assim e eu não via, e por que o Estado não faz nada para resolver, se lá também esses jeitinhos e negligências imperam de tal modo que  não importa o caos em que estamos vivendo...
 
As aulas dos meus filhos começaram há menos de 30 dias e a cada semana eu estou acordando um pouco mais cedo para conseguir chegar nas escolas sem precisar passar por tanto aborrecimento e constrangimento...
 
E aí eu olho para meus filhos e fico me perguntando como eu vou cria-los no meio disso tudo... E o que eu posso fazer para contribuir para um ambiente mais saudável para eles viverem... E como eu posso ser uma mãe responsável e que os ajude a serem cidadãos que cumprem as leis e respeitam os outros...
 
Eu só tenho o meu exemplo para oferecer... Não vou, EU NÃO VOU entrar pela contramão para chegar antes do outro, eu não vou estacionar em fila dupla para meu filho conseguir chegar na escola no horário... Vou criando caminhos em ruas paralelas e caindo em buracos para evitar os outros seres humanos, pois onde estamos muitos de nós, somos conflitos...